Resenha – Grace for Drowning, por Steven Wilson

Grace for Drownling foi lançado em 2011. É do cantor Steven Wilson, principal compositor do Porcupine Tree, em sua carreira solo. Não conheço muita coisa dele, mas do que já ouvi, tenho gostado de muita coisa. Esse álbum, por exemplo, é muito bom. É o segundo disco de estúdio do cantor, e foi bem recebido pela crítica – embora não tenha sido lá um graaaande sucesso de público.

Vamos às canções!

Grace for Drowning

Apenas uma introdução. Calma, com apenas um vocal ao som de piano, sem letra. Serve para mostrar mais ou menos como vai ser a atmosfera reinante no resto do álbum – e devo dizer que, sim, resume muito bem o que vem a seguir.

Sectarian (instrumental)

Como o título já avisa, essa é instrumental – mas não se engane, tem um ou outro vocal. Aqui começa a entrar o rock progressivo – riffs de guitarra, baixão bem marcante, bateria, continuando a apresentar o espírito do álbum

Deform to Form a Star

Uma das principais trilhas (uma das favoritas por quem conhece o álbum), com ambiente bem progressivo (até com pausa longa antes da parte final…), remete bastante aos prog de décadas atrás. Ligeiramente psicodélica, com letra entre sombria e romântica. A melodia é muito boa! Boa música!!!

No Part of Me

A letra é bem curta. Espere bastante efeitos melódicos, para uma música de 4 minutos… 🙂

Postcard

Essa faixa traz um sentimento de “quase Coldplay” em algumas partes, mas a letra, pra variar, segue em ritmo angustiante, depressivo, triste. Não que a canção seja ruim, ao contrário.

Raider Prelude (instrumental)

Pra mim, é um interlúdio, mas, ok, pode considerar um “prelúdio para a segunda parte”. Música instrumental de ambiente beeeeem sombrio.

Remainder the Black Dog

Você queria rock progressivo??? Achou!!! Solos de guitarra enormes, pouca letra – aliás, letra ‘viajando’ sem muita história a contar – mas com uma musicalidade bem legal. Muita gente considera essa a melhor do álbum, pelo menos considerando que o Deezer marca essa como sendo a preferida do álbum. Eu esperava mais, pra falar a verdade…

Belle de Jour (instrumental)

Coisa linda!!!!!!!!! 🙂 Instrumental de quase 3 minutos, violão, teclado, piano… sem bateria… música bem calma, mas muito bonita. E não, não tem nada a ver com a música do Alceu Valença.

Index

Gosto muito dessa. A bateria no início da música, e os efeitos do áudio do teclado passando de um lado para o outro nos levam a pensar em álbuns antigos do Pink Floyd. Mas a “segunda parte” (se é que dá pra considerar assim), já traz o espírito do Porcupine Tree de volta.

A letra conta a história de um “colecionador”, que, claro, tem um ‘índice’ (index) das coisas que possui. O colecionador se declara como um colecionador de coisas que as pessoas não se importam muito, e que tem sede por anotar tudo, não podendo esquecer de nada. E estudar as coisas que coleta para a coleção. ” If I collected you and put you in a little cage / I could take you out and study you every day “…

Track One

Música com vocal “angustiante”. Quando entra o “pancadão” da bateria, parece que o ritmo vai acelerar, mas não vai não. Fica mais animado, mas é temporário, e o ambiente segue melancólico.

A segunda parte, com violão e guitarra, trazem um ar diferente para a mesma canção. Como a paz após a tempestade. Incrível trilha de 4 minutos apenas, e muitos sentimentos misturados.

Raider II

“Bah, Progressivo mesmo tem música gigante, até agora nada!” >>> 23 minutos de música. Que tal? 🙂 Tem de tudo aqui. Em algumas partes você vai achar que está ouvindo Jethro Tull tocando heavy metal. Não tem como não gostar.

“The night is crawling closer to the action
Your mouth is driving me into distraction, you talk too much
Well every story needs to have an ending
We might as well give up all this pretending and clear the air

Like Dust I Have Cleared from My Eye

Pra finalizar, uma musiquinha animada de 8 minutos! Como já esperado, o álbum termina “pra cima”, com letra mais positiva e melodia mais alegre. “Breathe in now / Breathe out now”.

Ouvir esse álbum inteiro traz um sentimento interessante. Você passa por um turbilhão de emoções e termina “de alto astral”. Em resumo, traz tudo que um álbum de prog poderia trazer, e tem a essência do Porcupine Tree. Ou, melhor, o Porcupine Tree tem a essência desse cara aí. Steven Wilson: grande compositor, bom cantor. Recomendo!

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