Planos para 2017?

Abriu a janela e viu o tempo. Nublado. Já tinha chovido, e parecia que ia chover mais. Não era um dia propício para fazer planos, pois preferia os dias alegres para poder pensar (já entrando no clima) nas férias que um dia ia tirar no outro ano. Mas decidiu que era hora. Faltavam só umas 2 semanas para o ano novo. O prazo encerrando. A obrigação imaginária de criar uma lista de afazeres a realizar no ano vindouro martelava sua cabeça.

“Para onde viajo dessa vez? Que mês mesmo deve entrar aquele dinheiro extra? E será que dá pra trocar de carro? Melhor postergar a viagem para aquele outro mês… ih, mas e as férias das crianças vai ser quando mesmo? Preciso encaixar uns dias de férias em comum… poxa, mas em alta temporada os preços sobem. Vou pra praia ou pro campo? Esse ano preciso rever o orçamento… preciso juntar mais dinheiro para o futuro do que consegui nesse ano…”

E assim passou o dia em suas divagações. Números, datas, eventos que nem sabe se vai poder fazer, na verdade. Imprevistos acontecem, e eles não são previstos. Óbvio. E, no fim, ele já tinha uma agenda sobrelotada de tarefas para 2017. Foi aí que ele parou, e se deu conta de que faltava algo. OK… tarefas, eventos, passeios, algum esboço de orçamento… e cadê o plano para a vida? “Dentre esses planos, o que dá pra virar rotina? Hmmm.. essa de revisar o orçamento talvez seja uma boa. Deveria fazer sempre, não só uma visão geral ano a ano – que será descumprida também ano a ano. E  a saúde física? E mental? Eita, preciso ler um pouco mais, exercitar o cérebro também de vez em quando?”

Pois bem. Anos e anos se passam e esse tipo de reflexão não tem sido feita da forma apropriada.  A ideia de “resoluções de ano novo” falha fortemente quando traçam-se metas que não podem ser medidas, ou sem definição de como agir para chegar a essas metas. Parecem-se mais com “desejos” do que “metas”. “Quero, no próximo ano, ficar rico”. Poxa, até eu. Mas como você vai conseguir isso? Nem mesmo tentando se capacitar para um emprego melhor? “Quero perder peso”. OK, mas como? Pretende perder X kilos ao ano, sem parar de comer a mesma comida não-saudável, e sem exercícios? E pretende fazer alguma dieta maluca que não dá resultado depois que você acaba de fazer?

Porque não usar, então, os 12 meses que você usa como guia, para trabalhar a seu favor? Tente pequenas melhorias mês a mês, de forma que ao fim do prazo, você terá conseguido o que quer, e mais: é bem provável que você terá adquirido hábitos que te levem a seguir em frente e não retroceder nos anos seguintes.

Vamos tentar um 2017 melhor?

 

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